“A doença de Chagas mudou completamente minha vida”
Para Juan Bautista Corzo Veloza – de 53 anos e pai de três filhos – a vida não é a mesma desde aquele dia em janeiro de 2013, quando um derrame o deixou “morto por três dias”, como ele diz. Juan já havia se aposentado da Polícia Nacional, mas seguia trabalhando como motorista. Neste dia, estava trocando um pneu quando sentiu uma dor aguda no peito e começou, lentamente, a perder a consciência.

Juan Bautista nunca teve sintomas. A cardiopatia avançada é um sintoma já tardio em pacientes crônicos, como ele: “Se não fosse pelo infarto, eu jamais teria ouvido falar de Chagas”, diz ele. Hoje em dia, nada mais é como antes. Antes Juan era um homem ativo, que sempre trabalhou duro. Hoje sente-se quase sempre cansado, mesmo após caminhar poucos metros e, o pior, 35% do seu coração está totalmente comprometido pela doença e carrega no peito um marca-passo desde que sofreu o infarto. A doença de Chagas mudou totalmente sua vida. “Eu não tenho a mesma energia que costumava ter”, diz.
O tratamento foi feito com o benznidazol, o medicamento de primeira linha que deve ser tomado por 60 dias para eliminar o parasita do sangue. “Esta droga me causou muito mal estar: dor de cabeça, tonturas, fraqueza… mas eu suportei porque era para o meu bem e estava pronto para fazer todo o possível para matar essa coisa.”
“Você não tem como saber quão séria é esta doença, até que recebe este diagnóstico e passa por tudo isso”, diz ele. “Quando eu soube que que tinha isso, decidi lutar para continuar a viver e insistia com que as pessoas soubessem sobre Chagas para terem consciência de tudo isso e se prevenirem”, acrescenta.
Juan Bautista agradece aos médicos e sente que foi bem tratado, mas lamenta que muitas instituições de saúde oferecem o diagnóstico de “morte súbita” sem buscar entender o que realmente está por trás.