Unitaid e Ministério da Saúde do Brasil anunciam iniciativa de combate à doença de Chagas congênita

A Unitaid e o Ministério da Saúde do Brasil uniram esforços em um projeto de US$ 19 milhões com o objetivo de aprimorar tecnologias de diagnóstico, tratamento e cuidado integral para mulheres e recém-nascidos que vivem com a doença de Chagas em quatro países endêmicos da América Latina: Bolívia, Colômbia, Paraguai, além do próprio Brasil.

A iniciativa será conduzida pelo Consórcio Chagas, liderado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), e contará com o apoio técnico-científico da DNDi. Intitulado CUIDA Chagas, o projeto envolve a combinação entre pesquisa de implementação e protocolos de inovação com o intuito de contribuir para a eliminação da transmissão congênita da doença de Chagas. É a primeira vez que a Unitaid direciona recursos ao combate a esta enfermidade negligenciada, em um programa que poderá ser replicado em outros países da região.

A doença de Chagas congênita já é prioridade em planos de ação internacionais e recebeu destaque no Roteiro para Doenças Tropicais Negligenciadas (NTD Roadmap 2021-2030) da Organização Mundial da Saúde, entretanto muitos países ainda não possuem programas adequados para enfrentar esta forma da enfermidade.

“Cerca de dois milhões de mulheres em idade fértil estão infectadas com a doença de Chagas em todo o mundo e aproximadamente 10% vão transmitir a enfermidade a seus filhos. Ao disponibilizar ferramentas diagnósticas mais aprimoradas e melhores tratamentos, podemos salvar as futuras gerações desta doença silenciosa”, afirmou o diretor executivo da agência de saúde global, Dr. Philippe Duneton, que participou do evento de lançamento da iniciativa, organizado nesta quarta-feira (14) pela Fiocruz, em meio às comemorações do Dia Mundial de Chagas.

Para a DNDi, a colaboração internacional representa a continuidade dos estudos de regimes mais curtos de benznidazol, que, após obterem bons resultados de eficácia e segurança no ensaio clínico de fase II BENDITA, agora seguirão para fase III em Colômbia, Brasil e Bolívia no âmbito da Unitaid. A nova modalidade terapêutica também será testada na Argentina, em parceria da DNDi com o Laboratório Elea e a Fundação Mundo Sano.

“Essas pesquisas trazem esperança às pessoas afetadas por Chagas, pois terapias mais curtas podem reduzir efeitos colaterais que, em muitos casos, levam ao abandono do tratamento”, analisa Sergio Sosa Estani, diretor do Programa Clínico de Doença de Chagas da DNDi.

A doença de Chagas é uma enfermidade tropical negligenciada causada pelo parasita Trypanosoma cruzi. Há 6 milhões de pessoas infectadas em 21 países da América Latina, de 6 a 7 milhões no mundo e calcula-se que outras 70 milhões estejam em risco de contraí-la. Chagas provoca mais de 14 mil mortes por ano na região, superando qualquer outra doença parasitária.

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